O MÉTODO INTERATIVO DE ATENDIMENTO E SUAS TÉCNICAS

By | 14.12.13 Deixe um comentário
O que é a abordagem interativa e como se faz?

A abordagem interativa é inspirada no velho método clínico: alguém vem com uma demanda e procura ajuda para defini-la e alcançá-la de forma específica. O facilitador tem a responsabilidade de responder da melhor forma momento a momento.  
O grande desafio é que a maioria das pessoas não sabe muito bem como caracterizar a sua demanda e procuram situações de atendimento na qual o ofertante define a demanda e o problema sem a participação ativa e interativa do demandante.  Este é o ensino e a aprendizagem tradicional. O efeito que produz é o atendimento imediato de uma demanda. O problema é que essa demanda muito mal caracterizada.  Como não houve interatividade, não formam padrões novos relacionais. Não formando novos padrões relacionais, o sujeito ou grupo só aprende conteúdos. Como eles não tem origem num processo relacional ativo, com o tempo eles são esquecidos. É o que acontece na aprendizagem acadêmica tradicional. Mesmo quando há interesse e impacto, o resultado é efêmero porque não foi construído e utilizado sistematicamente pelo próprio interessado ao longo do tempo nas suas circunstâncias específicas de vida.

Quais são as diferenças do modo Interativo e não Interativo?

O modo natural do ser humano é interativo. Entretanto ao nos socializarmos muitas vezes perdemos essa competência interacional tão valiosa nos nossos primeiros anos de vida. O imaginário coletivo "adulto" acha que só o profissional é que sabe qual é a forma de atender e resolver o problema do cliente ou a demanda de aprendizagem do aluno. De forma geral são oferecidas atividades pré-estabelecidas e direcionadas pelo ministrante, como uma aula tradicional. Mas a caracterização da demanda é um processo compartilhado.  Como ele faria isso sem interagir com o cliente e definir de forma compartilhada o que e como será a abordagem? Mesmo quando o cliente não tem a mínima ideia do que quer, a posição do facilitador é a de oferecer possibilidades e acompanhar interativamente ao longo do tempo como o cliente responde a isso.
O principio da interatividade faz com que não haja um programa preestabelecido de o que fazer e como fazer. O que temos é uma pauta e pontos norteadores que podem ser redefinidos ao longo do processo interativo. É diferente do modo acadêmico clássico que tem uma pauta rigidamente predefinida com o cliente como um contrato com cláusulas a serem cumpridas, as etapas, e os resultados contratados. Essa forma predefinida é clara para a construção de um equipamento ou edifício, mas não para a construção de uma relação humana efetiva.  Aliás, o cérebro não funciona como uma máquina, de forma pré-estabelecida e linear, como é a ideia tradicional de pensá-lo. Seu funcionamento é altamente flexível e dependente de interatividade.

Como fica isso tudo na prática?

A consequência prática é entrar direto com o modo vivencial e aberto a interação. É realizar atendimentos individuais e em grupos com base em situações problema ou casos reais ou imaginários, com base em situações verossímeis ou mesmo simbólicas com consequências reais.
A diferença com a metodologia tradicional é óbvia: não nos propomos a dar a "matéria" de cursos e sim criar ambientes interativos nos quais os clientes ou alunos têm a oportunidade de situar o que quer e como, sendo acompanhado de maneira específica, caso a caso. O atendimento se constrói de forma individualizada e compartilhada. Isso só acontece com muita interação não só entre facilitador e participantes como - e isso é decisivo- entre os próprios participantes entre si. O facilitador serve com uma referencia. Não a única. E o conteúdo possa e deve ser aprendido depois, cada um dentro de sua necessidade.
Por exemplo, ao invés de estudar a afinidade relacional ou demonstrar as ferramentas para alcançá-la, propomos uma situação desafiadora e, juntos, iniciamos uma jornada de como analisá-la e oferecer os melhores recursos para que tenhamos como resultado esperado o que queremos. O mesmo vale para outros conceitos de comunicação efetiva como crenças, valores, posturas e habilidades: o que vale é aprender relacionando-se.


E como as pessoas podem saber o que querem e como alcançar isso?
Essa é a pergunta. Eu sei o que quero como efeito do que faço. Se o que faço me traz um retorno íntimo positivo, eu sinto. Se não também sinto. Mas não sei diretamente o que o outro sente ou quer sentir: isso ele vai saber pelos efeitos do que ele faz.
Eu, como facilitador tenho a responsabilidade de saber acompanhar com indicadores visuais, auditivos, toques etc como ele interage com ele e comigo assim como com outros quando estiver em grupo.   
Minha missão é o oferecer as melhores possibilidades ao outro para ele ir ao encontro do seu resultado e não do meu. Meu trabalho é oferecer caminhos e não encontrar as soluções para as pessoas. Elas, sabendo o caminho, aí sim, entrarão suas próprias soluções e testarão na sua experiência própria se vale ou não vale, ao longo do tempo e da vida.

O aluno aprende a interagir consigo mesmo, num primeiro momento e então a interagir com outros. Com o tempo poderá aprender a ensinar desta forma.
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