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Temos duas reações ao inimigo: a inata e a adquirido socialmente
Consideramos nossos inimigos ou elementos perigosos, aqueles que vão contra nossas necessidades de segurança, bem-estar e realização.
Se você acerta a martelada no dedo ao invés de acertar no prego, fica furioso com o martelo. Se alguém lhe derruba sem querer na rua, você se ofende mesmo que o outro não tenha a intenção. Se a seca no campo impede de colher alimentos o imaginário humano pensa que é praga de Deus e reza ou faz oferendas para redimir-se dos possíveis pecados e erros.
O inimigo pode ser real, quer dizer, o outro quer mesmo a sua destruição, imaginária (você pensa que ele quer, mas não é verdade) e simbólica (existe uma força suprema que está agindo contra você).
Nossa mentalidade social é fundada na necessidade de conviver em comunidades, na condição de haver uma concorrência interna. Ter sucesso significa ser melhor que os outros, alguém têm de saber mais, fazer mais e melhor, ter mais e assim por diante.  É constantemente passar por provas e desafios que premiam os melhores, mesmo que os outros também sejam muito bons, pois alguém tem que perder. Como ninguém gosta de perder, os “não vencedores”, mas competentes, que são muitos, tendem a constituir-se em grupos de antagonismo aos premiados, que são poucos.
Nesse caso, o inimigo é criado socialmente, pois todas as pessoas poderiam fazer melhor juntas do que separadas e se antagonizando.
Essa lógica não tem funcionando em redes de relacionamento com pessoas e organizações dependendo muito mais umas das outras do que realmente concorrendo entre si.
Por exemplo, imagine uma pequena empresa que de um dia para outro tem a sorte de ser consumida publicamente por alguém famoso e isso ir a público, em redes sociais de forma que a demanda se multiplicou por mil em dois dias. O que fazer?  Nesse momento é essencial que tenha uma boa relação com a concorrência. A empresa “sorteada” vai precisar unir-se às concorrentes para produzirem muito mais com muito menos, juntas para atenderem as demandas atuais. O jogo do ganha/perde dá lugar ao jogo do ganha/ganha. Todos ganham: clientes, fornecedores, empresas.
“Com correr” vem de correr na mesma direção, juntos.
Você está convidado à perceber oportunidades onde existem crises, e resultados a serem alcançados juntos quando parece haver antagonismo.
Conheça como funcionam as redes humanas inteligentes e aprenda como liderar uma delas.
A sua vida é uma rede humana inteligente. Aprenda a situar-se nela e com os outros potencializando resultados e efeitos.

Entre em um dos nossos ambientes interativos para saber mais na prática, interagindo e vivenciando.

Sérgio Spritzer - Diretor da Neurocom




O X da questão- Quem ou O Quê?
Sergio Spritzer
Maio, 13/2016

O excesso de estudos sobre o comportamento têm deixado em segundo plano o estudo da consciência reflexiva. 
Podemos perceber juntos um evento físico e termos consciência (ou seja, estarmos cientes juntos) disso, seja da existência de uma mesa, cadeira até a realização de um gesto, uma expressão verbal etc. A interpretação do que percebemos em conjunto é praticamente implícita quando participamos de uma mesma cultura, utilizando os mesmos objetos e equipamentos. Examinar pensamentos é outra coisa.  Muitas vezes não “paramos para pensar”, examinar reflexivamente, os nossos pensamentos antes ou durante a sua realização enquanto comportamentos. Após é bem mais comum que a gente perceba e julgue com coerência a adequação ou não do que fizemos “sem pensar” (pensar automaticamente sem refletir) ou pensar de forma equivocada nos seus pressupostos ou na tomada de decisão.  

Nesse artigo vamos tratar da condição decisiva da subjetividade na percepção dos nossos pensamentos (se você é consciente de seus pensamentos, então percebe a sua existência e então pode decidir a respeito ou se eles são automáticos e quando você se dá conta, já aconteceram e desencadearam ações impensadas. Examinaremos , de suas percepções físicas (coisas vistas ouvidas e sentidas, incluindo a tomada de decisão e o exame das  ações  e seus resultados e efeitos.
Querer uma coisa, objeto concretos ou ideias abstratas são coisas, é diferente em qualidade e complexidade do que perceber, compreender ou querer pessoas. Daí a diferença radical que advogamos para um conceito de redes humanas irredutível ao de redes de informações, cibernéticas ou de outras coisas, por mais que essas criações de redes humanas possam servir de forma limitada e limitante para compreender a nós mesmos.
Por exemplo, se eu digo eu quero que você (diga, faça, perceba, sinta, etc.) para mim, por minha causa ou em meu lugar ao invés de explicar o que eu quero e perguntar o que você quer, temos uma confusão de posições interativas. E mais: o que eu ou você queremos não se reduz ao que nós somos. Isso (esse modo de pensar) muda tudo. Não somos coisas; somos pessoas, ou seja, somos o que somos; não precisamos justificar a si mesmos nem aos outros quem somos. É uma experiência íntima. Então é uma emoção? Sentimento? Afeto? Não eu tenho sentimentos, emoções e afetos e não sou em particular nada com relação à cada um deles em particular.
Façamos uma analogia para poder compreender melhor: você sente a ponta do dedo do seu pé direito? E agora da sua orelha esquerda? E agora da ponta do seu nariz? E em seguida, o seu cotovelo esquerdo? Poderemos continuar ao infinito e todas as percepções individuais serão partes de você. E não você. Mesmo a percepção que o sujeito tem de seu corpo todo não é ele. Eu não sou quem eu percebo como sendo. Minha percepção torna-se imediamente uma coisa para mim. Por isso eu posso mexer com ela e transformá-la. Não há como confundir criatura e criador: você pensa que seu corpo é você. Isso é o que você pensa e não o que você é.
A pergunta então é: o que eu e você somos ou quem eu e você somos?
Se eu quero X coisa, tenho Z impressão ou penso de Y maneira, isso não é quem eu sou e não é a expressão do meu desejo de ser e sim de ter. Não se trata de pouca coisa e sim de qual é a realidade de uma relação humana.
A relação humana não é uma coisa ou uma abstração como estamos acostumados a pensar por séculos, no dia a dia. A relação eu – Tu,  é real e psicologicamente acessível de forma subjetiva e intersubjetiva. Somos criadores e inventamos coisas e até modificamos criaturas e a nós mesmos com inovações tecnológicas. Por exemplo, temos evidências de pesquisas sobre como se passa nossa atividade perceptiva, linguística, tomadas de decisão e mesmo o modo como pensamos reflexivamente. 
O mapa investigado não é o território e sim serve para orientar nossa ação nele. (Korzybsky, A., 1936). Se usamos pesquisas com controle de variáveis e fixação do objeto de estudo, recortando cirurgicamente “a coisa” que o investigador pretende investigar,  o resultado torna-se o espelho da coisa estritamente assim tratada ( como coisa limitada) e não de uma função complexa das redes de relações humanas reais. Não vamos esperar achados que possam ser aproveitados em situações de alta interatividade e altamente complexas, plenas de fatores afetando-se mutuamente como são as redes de relacionamento humano.
Não somos nem mesmo semelhantes àquilo que criamos, desde nossos pensamentos, percepções, sentimentos e emoções impressões, interpretações, até nossos movimentos X da questão- Quem ou O Quê?
Elementos para a Prática do Diálogo. 

Sergio Spritzer , abril de 2016. 

Auto e Hetero-percepção.

Imagine um conflito no qual uma das partes acha que a tarefa ou relacionamento está bem e a outra acha que está mal. Isso pode acontecer desde uma conversa de casal até uma reunião de planejamento, realização de ações ou durante a avaliação de resultados. Se tratando de uma tarefa ou de um funcionamento objetivo é fácil determinar quem tem razão e como lidar. Mas ao tratar de relacionamentos humanos a razão está no que interessa em comum. É preciso tratar disso em conjunto através de práticas de conversação. 

Eu percebo a mim e a você desde a minha experiência. É a minha experiência da nossa realidade. Avalio a forma como nos relacionamos de acordo com minhas intenções e expectativas. Você faz o mesmo desde a sua experiência. 

Por mais que eu examine e acredite saber a respeito de minha relação com você é a minha percepção e não a sua. Vale para mim e não deve valer para você, pois você tem a sua percepção da nossa relação. 

Via de regra as pessoas entram em conflito por não deixarem evidentes uma para as outras o que realmente interessa em comum.


A percepção do que está acontecendo entre elas não é a de uma ou a de outra e muito menos a soma das partes. A percepção de conjunto é construída para ser de conjunto. 

Dito de outra forma, temos a minha forma de pensar e perceber, a sua e a nossa, que não é a minha nem a sua. 
O que é real acontece agora, nesse exato momento. Antes, são expectativas e depois, recordações. A compreensão do que acontece se dá no momento e não antes ou depois. Se você parar para pensar vai deixar de prestar atenção justamente ao que interessa no aqui e agora: o que está se passando na sua vida. É no aqui e agora que ela está acontecendo e onde está a sua verdade.

A maior parte do tempo não percebemos o aqui e o agora. Planejamos e realizamos conforme o que foi planejado como alguém que dirige olhando pelo espelho retrovisor ou para a próxima curva que ainda não está no horizonte. Muitos conflitos perderiam o sentido se as partes em embate se desapegassem do passado e de um futuro preconcebido, percebendo juntos, o aqui e agora. Mesmo quando terapeutas geniais como Fritz Perls dão ênfase para o tempo presente e para o todo, a “Gestalt”, isso é trazido como algo relativo a doenças e terapias de indivíduos. De fato, concentrar-se no agora tem efeito curativo para diferentes formas de conflito.

Mas cabe a pergunta: por que motivo é tão difícil para as pessoas darem a devida atenção ao que lhes acontece enquanto lhes acontece? Por que geralmente as pessoas compreendem depois que o conflito já se estabeleceu?  Depois do leite derramando não há como bebê-lo.

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ICR DO PENSAMENTO

Intenção= O que ele pretende.
Comportamento= Como ele age.
Resultado= Quais as evidências disso.


O pensamento (criativo) se move, a menos que seja inerte (automático).

Quando o pensamento é móvel (criativo) você não precisa parar para pensar. Se precisar parar para pensar é sinal que o pensamento em curso é estático, está travando o fluxo da sua consciência.

Quando um pensamento é criativo você o examina em movimento. Se parar ele também para.

O problema não é saber o que fazer e sim saber examinar o que está sendo feito no presente.