Pensamento relacional e não relacional

By | 24.7.14 Deixe um comentário



    Sistemas de pensamento tendem a se cristalizar em unidades fechadas e auto referidas. Elas não necessariamente coerentes com outras estruturas de pensamento. Por exemplo, eu posso ter uma coerência interno entre o que eu quero faço e como verifico só resultados e nem por isso minhas intenções, comportamentos e resultados serem convergentes com os dos outros. Ao contrário, o mais comum quando nos centramos em nossas crenças, convicções, atitudes, percepções, comportamentos e modos de verificar a realidade a tendência é francamente de defender o seu lado e colocar os demais como diferentes de si. 
   É o de promover mecanismos mais ou menos conscientes de defesa e valorização do seu modo de pensar e agir de forma independente e se necessário como antagônicos aos dos outros que buscam as suas próprias intenções, com seus próprios comportamentos e resultados. Mas os pensamentos e as estruturas de pensamento individuais não são as mesmas que as estruturas coletivas. Não podem ser. 
Para darem origem a estruturas de pensamento coletivas precisam colocar-se em relação umas as outras. Isso se faz pela pratica do dialogo. O pensamento individual e o coletivo não são antagônicos a menos que não se pratique o modo dialógico. 
    O modo dialógico tem como propósito examinar como cada uma das partes pensa e pensando como isso determinada as suas percepções, sentimentos, desperta suas emoções e comportamentos verbais e corporais. Da pratica dialógica resulta uma comunhão de estruturas  de pensamentos , percepções, atitudes, posturas e formas de tomadas de decisão esperadas em comum. Não é só porque uma percepção física do evento é direta e compartilhada que as pessoas percebem de uma mesma forma a mesma coisa e muito menos significa que elas pensam da mesma forma o que percebem. O possível e provável é que diferentes pessoas mesmo percebendo a mesma realidade física, pensem a respeito dela de forma diferente uma das outras. Afinal cada um de nós, indivíduos nos orientamos através do modo como cada um se pensa, se sente, percebe e desde esse referencial, nos dirigimos o outro para saber como eles pensam sentem e falam.
    Quando estamos em ambiente relacional o proposito é conhecer o modo de pensar de si e do outro e verificar de que formas eles se relacionam ou entram em conflito. Não simplesmente um concordo ou não concordo e sim analisar o modo como se produzem os pensamentos de um e do outro, expor essa forma de compreensão de si e do outro até o ponto de estarem claramente evidenciados para ambos. Dessa evidencia reciproca tendem a aparecerem formas de comunicação em comum, formas de percepção em comum e de ação em comum. 
    Quando afirmamos que o pensamento relacional permite a construção de ações em comum não se trata da mesma ação percepção ou tomada de decisão igual para todos. Isso seria a robotização do pensamento coletivo. O que se trata aqui é a possibilidade de tomadas de decisão sabendo da unidade de pensamento entre as partes. Por exemplo, o grupo de produção ou de vendas de uma organização não via precisar de constantes prestações de conta e captações de informações para saber como os demais pensam na hora de decidir e vice versa: tanto as outras pessoas e colaboradores não vão toda hora reunir-se para saber o que fazer. Elas sabem pelo efeito de unidade relacional; tem um pensamento em comum que facilita localizar-se frente ao novo e ao desconhecido de uma forma inteligente e agregadora. 
   A unificação dos pensamentos parciais não garante que o pensamento resultante seja relacional. As propriedades do pensamento relacional são essencialmente diferentes do pensamento parcial automatizado. Quando as partes começam a pensar de uma forma relacional, além de uma integração de formas de pensar, sentir, essa estrutura de pensamento não deveria se cristalizar ao longo do tempo sob pena de se transformar, novamente, em uma estrutura mecânica implicando a todos e não mais uma forma de construção inovadora e aberta a novidades. 
     Essa é uma tendência dominante de estruturas de pensamento relacional: daí que sabemos que uma coisa foi o que algum pensador relacional originalmente pensou como Moisés, Cristo, Buda, Gandhi, Maomé, Freud e o modo como seus seguidores cristalizaram essas ideias em facções que lutam uma contra as outras dentro de um mesmo referencial, o qual os deveria unir e não dividir,  e menos ainda os colocarem uns contra os outros. Uma das causam mais importantes dos conflitos humanos é a cristalização de pensamentos relacionais em formas de instituições burocratizadas, controladas por alguns para serem subordinadoras de outros e dizerem o que é certo e errado. Permitido ou proibido.
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