Inteligência competitiva e inteligência cooperativa.

By | 8.11.13 Deixe um comentário

Um dos mitos (crenças limitantes) mais comuns das organizações humanas é o de que as pessoas que a integram sempre querem ganhar a “mesma coisa” ao relacionar-se com os outros de fora da organização. Nesse caso, ganhar é, de fato, equivalente a ganhar do outro. Esse é o modelo mental e cultural da teoria da escassez: os mesmos recursos ou ganhos, para serem disputados por duas ou mais pessoas, grupos, organizações ou cultura.

Cada um de nós é diferente do outro. Quando pertencemos a uma organização comum, cultural, social, laboral, isso não quer dizer que todos querem a mesma coisa. Quer dizer, sim, que cada um de nós tende a ter crenças e valores em comum, mas não exatamente os mesmos. Assim como também não existe um só resultado perfeito, nem o “resultado ideal”, que só o “campeão” terá a competência necessária para alcançar e ser vitorioso, em detrimento dos outros. Os perdedores.

Nunca tivemos tantas chances pessoais de escolher de forma personalizada o que queremos, como, quando e onde. Nunca tivemos tantas opções de ir e vir, relacionar-se, ter e fazer coisas com a ajuda de alta tecnologia. Apesar disso, uma grande parte da nossa cultura ainda é a da escassez: a de que existem poucas chances de se dar bem, ganhar, e que devemos eliminar o outro para assegurarmos dos nossos resultados.

Jogos competitivos sejam eles físicos, como os esportes, ou intelectuais, como o xadrez, ilustram a cultura milenar de interagir pelo antagonismo com os outros, procurando derrotá-los. A inteligência competitiva, nossa velha conhecida, reflete bem essa visão, de vitoriosos e vencidos.

Porém, agora está surgindo uma nova mudança cultural valorizando a inteligência cooperativa. Afinal é cada vez mais evidente e comprovável que ninguém precisa ser pobre e viver em sofrimento para alguém ficar rico e viver em abundância. Já não é razoável o principio da escassez segundo o qual alguém tem que ficar “sem” para que alguém fique “com”. Ao contrario: sem interagir de forma convergente, desperdiçamos oportunidades de gerar abundância. Ou seja, a abundância não aparece simplesmente “na natureza”, e sim, depende de nossas atitudes relacionais.


Inteligência cooperativa e comunicação plena. 

A comunicação clínica nos ajuda a compreender e intervir na forma como organizamos a nossa experiência, entrando em coerência com nós mesmos e interagindo com a experiência dos outros. O maior desafio do início do século é perceber a coerência relacional interna e externa, com os outros e com o ambiente humano. Esta coerência é verificada pela relação entre o que pensamos( sentimos, vemos, ouvimos e fazemos...)  com o que desejamos, como queremos e como esperamos agir para isso acontecer.
A comunicação clinica reconhece que somos e estamos imersos em sistemas de comunicação. Sendo sistemas imersos em sistemas, influenciamos e somos influenciados a todo o momento em nossas percepções, tomadas de decisão e na verificação dos resultados.

Estas influências podem ser verificadas objetivamente, embora sejam indicadores bastante complexos e múltiplos tais como: o conteúdo e a forma da linguagem, os comportamentos (especialmente as expressões faciais), posturas, gestos, mímica e movimentação ocular, movimentação no ambiente, modo de vestir-se, etc.

Portanto, saber comunicar-se a favor da inteligência cooperativa, no sentido clínico da comunicação,  é saber identificar estes sinais e usá-los para efetivamente compreender o outro e melhor cooperar com ele, ao invés de competir.
Postagem mais recente Postagem mais antiga Página inicial

0 comentários: